sábado, 6 de outubro de 2012

O CRISTÃO CATÓLICO E O VOTO CONSCIENTE

Por Fernando Nunes

As eleições municipais 2012 estão aí, em pleno vapor, e por ser na nossa polis, mexe com a emoção e os brios do cidadão e provoca o debate sobre a melhor escolha. Trata-se de um momento histórico para o nosso município que requer do cristão católico uma boa conduta sobre a decisão a ser tomada.
Observado o desenrolar das campanhas partidárias, identificamos muitos problemas a serem superada, uma delas, é o ato de votar por “oba-oba”, ou seja, se um candidato faz uma passeata numerosa, logo afirma-se: “vou votar nesse candidato porque o grande número de pessoas na passeata mostra que vai ganhar!”, ou, “vou votar no candidato que está mais forte para não perder o meu voto!”.
Em ambos os casos podemos afirmar que isso é correto? Não se vota somente por aquilo que vê, mas, um famoso poeta nos alerta mais ou menos assim: “é preciso saber vê aquilo que estamos vendo, é preciso saber ouvir aquilo que estamos ouvindo, é preciso saber sentir aquilo que estamos sentindo”.
Outro problema grave no nosso sistema político é a compra de voto por parte do candidato. É lícito conquistar o eleitor comprando o seu voto? O candidato que compra voto, além de cometer crime eleitoral, fere a sua própria honra, a dignidade do próximo, e comete pecado grave porque trata o irmão/próximo como mercadoria, moeda de troca, e isso não se faz.
Entretanto, a venda do voto por parte do eleitor é considerado um sinal verde para que a política se torne algo tão podre, mesquinho, nefasto e repugnante. É inadmissível que o eleitor(a) trate o voto – algo tão importante para a democracia, custou a vida de centenas de pessoas que lutaram por ela – em benefício próprio. Isso significa tratar os problemas sociais como se não existisse, é pensar que a compra e venda do voto não afetasse diretamente o pobre, o morador de rua, as crianças de morrem de fome a cada dia, ou a péssima qualidade da saúde, educação, moradia, dentre outro diretos sociais.
Ações dignificantes para a sociedade resultaram em pressão popular a exemplo da Lei n.°9840 que tornou crime a compra de voto e a Lei complementar n.°135, a Ficha Limpa. Trata-se de conquistas sociopolíticas que as pessoas de má índole na política tentam a todo custo impedir a sua aplicabilidade.
A Bíblia nos ensina que “quando o justo governa, o povo se alegra” (Provérbios 29,2). Por isso, a política mexe com a emoção do povo que não pode ser governado por pessoas injustas, desonestas e que fazem do bem público uma extensão do que é particular, do privado, ou, para alguns. Portanto, o cristão tem o dever de suscitar nas pessoas o valor das bem aventuranças: “bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados (Mt 5, 6).


Fernando Nunes é apresentador dos programas de rádio Igreja Viva e Igreja em Notícia pela PASCOM – Pastoral da Comunicação, Coordenador da Equipe Diocesana de Campanhas, Membro do Comitê Fé e Política da Diocese de Serrinha, Especialização em Dinâmica Territorial e Socioambiental do Espaço Baiano pela Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, Coordenador da UATI – Universidade Aberta à Terceira Idade e Secretário do MCCE – Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral.

Nenhum comentário:

Postar um comentário