Por Fernando Nunes
As eleições municipais 2012
estão aí, em pleno vapor, e por ser na nossa polis, mexe com a emoção e os brios do cidadão e provoca o debate
sobre a melhor escolha. Trata-se de um momento histórico para o nosso município
que requer do cristão católico uma boa conduta sobre a decisão a ser tomada.
Observado o desenrolar das
campanhas partidárias, identificamos muitos problemas a serem superada, uma
delas, é o ato de votar por “oba-oba”, ou seja, se um candidato faz uma
passeata numerosa, logo afirma-se: “vou votar nesse candidato porque o grande
número de pessoas na passeata mostra que vai ganhar!”, ou, “vou votar no
candidato que está mais forte para não perder o meu voto!”.
Em ambos os casos podemos
afirmar que isso é correto? Não se vota somente por aquilo que vê, mas, um
famoso poeta nos alerta mais ou menos assim: “é preciso saber vê aquilo que
estamos vendo, é preciso saber ouvir aquilo que estamos ouvindo, é preciso
saber sentir aquilo que estamos sentindo”.
Outro problema grave no
nosso sistema político é a compra de voto por parte do candidato. É lícito
conquistar o eleitor comprando o seu voto? O candidato que compra voto, além de
cometer crime eleitoral, fere a sua própria honra, a dignidade do próximo, e
comete pecado grave porque trata o irmão/próximo como mercadoria, moeda de
troca, e isso não se faz.
Entretanto, a venda do voto por
parte do eleitor é considerado um sinal verde para que a política se torne algo
tão podre, mesquinho, nefasto e repugnante. É inadmissível que o eleitor(a) trate
o voto – algo tão importante para a democracia, custou a vida de centenas de
pessoas que lutaram por ela – em benefício próprio. Isso significa tratar os
problemas sociais como se não existisse, é pensar que a compra e venda do voto
não afetasse diretamente o pobre, o morador de rua, as crianças de morrem de
fome a cada dia, ou a péssima qualidade da saúde, educação, moradia, dentre
outro diretos sociais.
Ações dignificantes para a
sociedade resultaram em pressão popular a exemplo da Lei n.°9840 que tornou
crime a compra de voto e a Lei complementar n.°135, a Ficha Limpa. Trata-se de
conquistas sociopolíticas que as pessoas de má índole na política tentam a todo
custo impedir a sua aplicabilidade.
A Bíblia nos ensina que “quando o justo governa, o
povo se alegra” (Provérbios
29,2). Por isso, a política mexe com a emoção do povo que não pode ser
governado por pessoas injustas, desonestas e que fazem do bem público uma
extensão do que é particular, do privado, ou, para alguns. Portanto, o cristão
tem o dever de suscitar nas pessoas o valor das bem aventuranças:
“bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados (Mt
5, 6).
Fernando Nunes é apresentador dos programas
de rádio Igreja Viva e Igreja em Notícia pela PASCOM – Pastoral da Comunicação,
Coordenador da Equipe Diocesana de Campanhas, Membro do Comitê Fé e Política da
Diocese de Serrinha, Especialização em Dinâmica Territorial e Socioambiental do
Espaço Baiano pela Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS,
Coordenador da UATI – Universidade Aberta à Terceira Idade e Secretário do MCCE
– Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral.
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