terça-feira, 6 de agosto de 2013

Homilia do Padre Evandro no dia do Padre





No domingo(04), o padre Evandro celebrou a Santa Missa e pregou sua homilia sobre o Evangelho do dia e o dia do Padre. Confira homilia na integra:

“Ajuntar tesouros para vós mesmos, ou ser rico diante de Deus?”
Eis a pergunta que o Evangelho de hoje nos coloca, que as leituras nos colocam. Na verdade, o coração humano é um coração que sempre deseja algo mais, sempre deseja algo mais. Parece que o nosso coração nunca se satisfaz. Veja bem se não é assim mesmo em casa: a gente compra uma televisão depois aquela televisão não tá mais boa porque era só de 14 polegadas, eu quero de 32. Mas depois a de 32 já tá grande demais, agora preciso de uma televisão de LED, mas a de LED agora não tem mais entrada para pen drive, preciso de uma outra, a antena não tá tão boa também. Isso é um pequeno exemplo pra dizer que parece que na vida da gente, nós sempre queremos algo a mais. De um lado isso pode ser bom e positivo, porque nos tira do comodismo. Comodismo também é uma grande praga da humanidade de hoje. O desejar algo mais nos coloca em posição de fazer algo a mais, porém nós temos que pensar no que estamos dando valor em nossa vida. Em uma outra passagem do Evangelho o Senhor diz: onde está o teu tesouro, ai está o teu coração. Podemos perguntar: qual é o tesouro que temos? O que é aquilo que nós nos detemos, buscamos como algo de valor são os bens, as posses, o acúmulo de riqueza? Porque se for, nós podemos ouvir a Palavra que o Senhor dirigiu ao homem da parábola de hoje: “Loucos, loucos somos nós quando juntamos riqueza para nós mesmos, mas somos tão pobres e miseráveis diante de Deus”. A riqueza que temos que juntar é de outra espécie e ai São Paulo na segunda leitura de hoje nos lembra: “Esforçai-vos pra juntar tesouros no céu, esforçai-vos para olhar ao céu, para chegar até lá”. Temos que nos esforçar, temos que ficar inquietos e incomodados para ir em busca de bens que não passam, bens que nem atraca nem o ferrugem destroem mas bens que são para a vida eterna, os bens celestes. Que bens são estes? É o bem da fraternidade, da solidariedade, da paz, da harmonia, do perdão, do amor ao próximo, o bem, sobretudo da comunhão com o Senhor, de estar próximo do Senhor, de ser amigo dele, de poder contar com sua presença, de falar-lhe, de ouvir a sua voz, o dom de poder participar da comunidade cristã e ouvir a palavra de Deus que é proclamada, de receber os sacramentos, estes são os dons que não podemos abrir mão, estes são os dons e os bens verdadeiros que nos enriquecem diante de Deus porque os outros só nos levam a perdição.
A primeira leitura do Eclesiastes de hoje, até de maneira poética, nos diz: “Vaidades, das vaidades, tudo é vaidade”. De fato, se fizermos uma análise de nossa vida vamos perceber que pode ser que nem tudo seja vaidade, mas que quase tudo em nossa vida é vaidade de verdade. Nós podemos abrir mão e viver sem eles, mas queridos irmãos e irmãs, a liturgia nos convida a uma renovada opção pela humildade, pela simplicidade, por aquilo que vale a pena de verdade, não é juntando bens ou acumulando bens aqui que somos felizes, até porque se fosse assim todos os ricos e milionários seriam felizes e não é o que consta nos dados parecem que nos mostram que quanto mais altas as posses, mais vem outros tipos de dificuldades como depressão, como suicídio e outros modos de vida. Então não é o acumulo de riquezas que nos trás a felicidade, a felicidade verdadeira vem até nós, bate a nossa porta quando sabemos o que pra nós vale a pena: a comunhão com Deus e com os irmãos, eis a verdadeira riqueza.
Esse Evangelho de hoje, nos lembra também do décimo mandamento da lei de Deus, é uma catequese sobre o décimo mandamento que nos diz Não cobiçar as coisas alheias. A cobiça, a vaidade, o desejo de possuir cada vez mais em primeiro lugar prejudica a nós mesmos porque nos trás um modo de vida que não nos deixa confortáveis, nos incomoda. A cobiça não faz com que tenhamos uma vida plena mas parece que nós nunca estamos completos mas a cobiça só não prejudica só a nós mesmos, não apenas nos deixa insatisfeitos mas pode prejudicar ao outro porque quem cobiça demais é capaz de fazer qualquer coisa a ter aquilo que quer inclusive passar por cima das outras pessoas, Deus nos livre de chegar a isso! Apesar de que nós vemos acontecer na sociedade de hoje. Parece que para ter um bem emprego vale tudo inclusive pisar nos colegas e usar meios ilícitos para adquirir isso. Parece que pra conquistar alguma coisa, para realizações tudo é possível inclusive a falta de ética, a corrupção. Será que esse é o modo de vida que Deus quer para nós? Com certeza, não é não! Não é para este estilo de vida para o qual Deus nos criou. Então, meus queridos irmãos e irmãs, façamos da liturgia da palavra de hoje um exame de consciência, vamos bater no peito e pedir perdão a Deus porque também muitas vezes somos nós que vivenciamos isto, não pensemos nos outros não, pensemos em nós, eu penso em mim, cada um de vocês pensam em vocês porque também nós somos cheios de vaidades, também nós somos cheios de cobiças que não precisariam, também nós queremos riquezas que não são aquelas que nos levam ao Reino de Deus. Vamos pedir perdão a Deus para que Ele possa converter o nosso coração e ai sim começar a adquirir a riqueza verdadeira, aquela que nos tornam ricos diante de Deus.
Essa seria a primeira parte da homilia de hoje: lembrar das leituras, fazer um exame de consciência, pedir perdão a Deus e começar a juntar tesouros que nos levam ao Reino dos Céus. Segunda coisa: nós agora estamos celebrando o mês das vocações. A cada ano a Igreja nos convida, no mês de agosto a rezar, a refletir, pensar sobre as vocações e é sempre bom lembrar que antigamente quando se falava em vocação se pensava logo no padre ou na freira, mas nós sabemos que não é bem assim não. Porque vocação significa chamado, a palavra vocação vem do latim e significa chamar, chamamento. É um chamado de Deus! E podemos dizer: Deus chama quem, padre e freira? Não. Deus chama a todos! Todos nós somos chamados a algo. Em primeiro lugar nós somos chamados à vida, alguém aqui hoje pediu pra nascer? Não, não é? Ninguém pediu pra nascer. Quem nos chamou a vida, Deus, Ele nos chama! A primeira vocação nossa é a vida, devemos agradecer então a Deus nesse mês vocacional porque Ele nos chamou a existência e para valorizar esse chamado de Deus devemos lutar também contra tudo aquilo que prejudica a vida, lutar contra o aborto, contra o homicídio e suicídio, lutar contra as drogas, lutar contra a violência porque tudo isso destrói a grande vocação que Deus nos deu que é a vocação à vida. Em segundo lugar, além de nos ter chamado a vida, Deus não nos chamou a qualquer tipo de vida, mas Ele nos chamou a vida cristã, essa é a segunda vocação do ser humano. A segunda vocação a qual Ele nos chama, a vocação a conhecermos Cristo e seguir seus passos, é a vocação que nos vem a partir do batismo porque pelo batismo todos nós nos tornamos cristãos, todos nós somos convidados a viver não de qualquer modo, mas viver segundo a vida de Jesus Cristo, segundo aquilo que Ele viveu e ensinou, o foco e exemplo que Ele deu e aquilo que Ele nos pede. Então a segunda vocação de todos nós é a vocação cristã, nós somos cristãos, foi Deus quem nos fez assim, devemos nos alegrar então por isso! E da mesma forma que devemos lutar contra aquilo que ataca a vida, devemos também lutar contra tudo aquilo que fere a vida cristã: se somos cristãos, devemos viver como tal. Então temos a obrigatoriedade de participar da Missa ou do culto a cada domingo, de receber os sacramentos conforme manda a Santa Igreja, de ter uma vida de oração para conhecermos cada vez mais a Palavra do Senhor, de praticarmos a Misericórdia fazendo caridade, essa é a vida cristã a qual todos nós somos chamados. Então podemos dizer, de fato, esse mês nós celebramos a vida de cada um de nós, nós que viemos à vida e nós que somos cristãos, é Deus quem nos chama pra isso. Mas além disso, na Igreja, também temos as vocações específicas. Existem diversas maneiras de vivenciar a vocação cristã: a alguns, Deus chama para ser padre, outras para ser freira, outros para serem casados e constituírem a família conforme o projeto de Deus. Por isso que a cada domingo do mês de agosto, nós nos lembramos de uma vocação específica. Hoje que é dia de São João Maria Vianney, 04 de agosto, padroeiro dos padres, hoje nós celebramos a vocação sacerdotal, a vocação do padre e queremos rezar a Deus por esse dom que é o sacerdócio, não pela pessoa do Padre Evandro, do Padre Gugu, do Padre Oldack mas pelo sacerdócio em geral que é um grande dom que Deus nos dá, se não fosse pelo sacerdócio nós não teríamos como receber, por exemplo, a Eucaristia porque através do sacerdócio que chega a comunhão até cada um de nós, se não fosse pelos padres nós não teríamos como organizar a comunidade paroquial, então queremos no dia de hoje agradecer a Deus pelo dom do sacerdócio e pelos padres que Deus nos deu. Vamos pensar também nos padres que passaram por essa paróquia, tantos padres que aqui deram a sua vida e marcaram um pouco também na história de Serrinha: Eu me lembro, por exemplo, do Pe. Carlos Olímpio que iniciou essa grande tradição da procissão do fogaréu, do Mons. Demócrito que tanto ajudou a educação daqui de Serrinha, não só do ponto de vista religioso mas também do ponto de vista cultural, lembremos do Pe. Nicásio que tanto  tempo passou aqui nessa paróquia, 20 anos, formando as comunidades, agora vale lembrar do Pe. Johnny, Pe. Oldack. Rezemos pelos padres que trabalharam por nós. Papa Francisco sempre diz: Rezem por mim, é sempre o que ele diz e também quero dizer a vocês rezem por mim, pelo Pe. Evandro, porque a gente sabe que a vida de ninguém é fácil se não for com a força do Senhor ai fica insuportável a vida, então rezem sempre pelos padres para que possamos ser fieis cada vez mais a vocação. No próximo domingo, dia dos pais, nós vamos nos lembrar da vocação matrimonial, pensar que Deus chama não somente pra ser padre mas chama também para constituir família, olha que grande maravilha é a vocação matrimonial fazer de duas pessoas um só para viverem no amor e na fidelidade e assim poder gerar os filhos e na terceira semana vamos lembrar da vida religiosa e consagrada, homens e mulheres que quiseram doar sua vida totalmente ao Senhor vivendo a pobreza, a castidade e a obediência. E no quarto domingo do mês de agosto vamos rezar pelos leigos, todos os leigos que estão engajados na Igreja: os catequistas, os animadores de comunidades, os coordenadores de grupos, pastorais, movimentos, lembrando que são essas forças vivas que constroem a Igreja.
Por isso, irmãos e irmãs, na liturgia de hoje nós queremos pedir a Deus a força de acumularmos a riqueza lá em cima, no Reino dos Céus e nos livrarmos das vaidades daqui da terra mas também queremos rezar por todos aqueles e aquelas que dizem sim ao plano de Deus, por todos nós que somos chamados a vida cristã e a vocação concreta.


Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

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