Em discurso direcionado a autoridades, diplomatas, políticos e artistas,
realizado na manhã deste sábado (27), no Theatro Municipal, na área central do
Rio de Janeiro, o papa Francisco propôs o "diálogo" como solução para protesto
violento e indiferença egoísta.
"Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre
possível: o diálogo", relatou o pontífice, que afirmou que um país cresce,
quando dialogam de modo construtivo as suas diversas riquezas culturais. "Quando
os líderes dos diferentes setores me pedem um conselho, a minha resposta é
sempre a mesma: diálogo, diálogo, diálogo."
Segundo Francisco, o diálogo é a única maneira para uma pessoa, uma família,
uma sociedade crescer. "É a única maneira para fazer avançar a vida dos povos é
a cultura do encontro; uma cultura segundo a qual todos têm algo de bom para
dar, e todos podem receber em troca algo de bom. O outro tem sempre algo para
nos dar, desde que saibamos nos aproximar dele com uma atitude aberta e
disponível, sem preconceitos."
No início do discurso, o pontífice, em um tom sério, disse que todos aqueles
que possuem um papel de responsabilidade em uma nação são chamados a enfrentar o
futuro "com os olhos calmos de quem sabe ver a verdade", ao fazer referência ao
pensador brasileiro Alceu Amoroso Lima. E citou três aspectos deste olhar, que
classificou de calmo, sereno e sábio: "primeiro, a originalidade de uma tradição
cultural; segundo, a responsabilidade solidária para construir o futuro; e
terceiro, o diálogo construtivo para encarar o presente."Diante de autoridades, o papa Francisco também defendeu a existência do
Estado laico. "Será fundamental a contribuição das grandes tradições religiosas,
que desempenham um papel fecundo de fermento da vida social e de animação da
democracia", disse ele ao se refererir ao papel das Igrejas no desempenho
social.
"Favorável à pacífica convivência entre religiões diversas é a laicidade do
Estado que, sem assumir como própria qualquer posição confessional, respeita e
valoriza a presença do fator religioso na sociedade, favorecendo as suas
expressões concretas".
fonte : uol.com.br
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