A Conversão de São Paulo
Dom Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)
Nesta
última sexta-feira do mês de janeiro, dia 25, celebra-se a festa do Apóstolo
São Paulo, enquanto a cidade, e o estado, revivem sua história, que permanece
ligada ao nome deste grande apóstolo.
Com
certeza, não existe no mundo monumento maior, dedicado a São Paulo, do que a
cidade que leva o seu nome, e que o estendeu a todo o Estado.
Neste “Ano
da Fé”, a figura de São Paulo comparece com força exemplar. A partir da fé em
Cristo, sua vida tomou outro rumo, e assumiu uma excepcional importância
histórica. Tanto que para muitos historiadores, São Paulo poderia ser
considerado fundador do cristianismo. Ele colaborou, em todo o caso, de maneira
decisiva, na sistematização e difusão da fé cristã. A partir dele, a nova fé
foi tomando organicidade, assumindo o formato que ainda caracteriza a Igreja.
Se há um
santo que não necessitaria de data especial, é São Paulo. Ele é lembrado com
insistência na liturgia, onde suas cartas comparecem com muita frequência.
Mas a
Igreja lhe reserva duas datas. Uma agora em janeiro, para destacar sua
conversão. E outra em junho, onde sempre é lembrado na companhia de São Pedro.
Diz a
tradição que Paulo era, humanamente, de estatura franzina. Mas se agigantou por
sua intrepidez apostólica e pela profundidade dos seus ensinamentos,
registrados em suas cartas cheias de solicitude por suas comunidades.
A Igreja
faz questão de destacar duas dimensões da vida de Paulo. Sua integração
com a Igreja é apontada pelo fato de ser colocado ao lado de São Pedro, com
quem partilhou a missão apostólica, e com quem se assemelhou pelo martírio em
Roma.
A outra dimensão é a sua conversão, celebrada especialmente no dia 25 de
janeiro.
A
conversão de São Paulo continua paradigmática. De um lado, ela nos faz pensar
nos desígnios de Deus, que soube suscitar a pessoa certa para assumir a causa
do Evangelho, dando-lhe dimensão universal. Com Paulo, a fé cristã ultrapassou
os limites estreitos do povo judeu, abrindo caminho para ser acolhida por qualquer
cultura humana.
Por outro
lado, sua conversão é o exemplo mais acabado da força do Evangelho. Para todo
espírito humano, mesmo que comece se intrigando com suas propostas, como
aconteceu com Paulo, o Evangelho abre a porta para a adesão da inteligência e
para o compromisso da vontade.
A festa da
conversão de São Paulo continua nos dizendo que o Cristo se coloca no caminho
de toda pessoa humana. Mesmo para os que pensam combatê-lo, ele oferece sua
graça. São Paulo experimentou este “bom combate”.
Neste ano dedicado à fé cristã, ele nos estimula a seguir seu exemplo.
Fonte:
CNBB